Oito réus foram ouvidos durante audiência no Fórum Desembargador José Marçal Cavalcante durante manhã e tarde da última quarta-feira (18)
Roberta Sampaio
Os demais réus são; Luciana da Silva Oliveira, Valdemir Aurélio de Oliveira, José Paulo dos Santos, Maria Aparecida dos Santos, Ricardo Guimarães Vanderlei, que seria o mentor de todo o esquema, Ademilton Soares dos Santos e Elenildo Oliveira de Menezes.
Funcionaram na defesa dos réus os advogados; Ivens Alberto Queiroz Silva, Edson Lucena Maia Neto, José Paulo dos Santos e Carlos Eduardo de Andrade Lopes Neves. Na audiência foi ouvido inicialmente o motorista comissionado, Elenildo Oliveira de Menezes, que foi orientado pelo juiz Anderson Passos, do Direito Constitucional do silêncio e se defender das acusações.
O ex-motorista afirmou que desconhecia as acusações e negou que teria praticado os atos ilícitos e falsificado documentos para contrair empréstimos compulsórios no Banco Rural. Afirmou que não sabe a quem culpar pelo esquema dos empréstimos que envolveu 164 funcionários comissionados da Prefeitura de Girau do Ponciano, no período da administração de José Aurélio, de 2000 a 2003.
Entrou em contradição
Elenildo de Oliveira Menezes por reiteradas vezes ao responder as perguntas do juiz entrou em contradição. Afirmou ser motorista comissionado que seu salário era de R$ 1.200,00 a R$ 900,00 e que nunca recebeu o contra-cheque da secretaria de Finanças especificando o seu salário mensal. Afirmou que dirigia um veículo Golf e que todos os dias viajava para Maceió, e por várias vezes levou funcionários para sacar dinheiro de empréstimos no Banco Rural.
Elenildo Oliveira disse que não conhecia nenhum instrumento utilizado para contrair os empréstimos. Confessou que quem preparava a documentação para os empréstimos era Ricardo Guimarães e que o mesmo mantinha um escritório dentro da Prefeitura para atendimento dos servidores. Afirmou que Ricardo Guimarães tinha um escritório próximo ao Banco Rural em Maceió e que quando o servidor não tinha conta bancária o dinheiro era depositado em sua conta pessoal.
Contraiu empréstimo
Afirmou ter contraído um empréstimo de R$ 6.000,00 e uma fração e que os descontos seriam efetuados em folha e que não houve os descontos e nunca recebeu nenhum boleto, tampouco cobrança do Banco Rural e que não entrou para o Serasa. Elenildo Oliveira afirmou desconhecer as cláusulas do contrato entre a Prefeitura de Girau do Ponciano e o Banco Rural, conhecendo apenas a cláusula de que somente poderiam contrair os empréstimos servidores ativos e inativos com exceção dos servidores comissionados.
Todos os réus foram ouvidos em audiências anteriores e na quarta-feira (18), foram ouvidos Elenildo Oliveira e Maria Aparecida dos Santos. O processo criminal e a ação pública constam de oito volumes cada. Serão realizadas diligências pela acusação e o Ministério Público.
Zé da Água
José Aurélio de Oliveira, que se destacou no reduzido período de sua administração como o “Zé da Água” pelo fato de levar água encanada para várias comunidades rurais e divulgar essas ações através de matérias pagas na mídia, é o principal acusado de improbidade administrativa com a contratação de 164 funcionários fantasmas para contrair empréstimos consignados junto ao Banco Rural.
Na época, o fato obteve grande repercussão em todo o Estado e culminou com a cassação de “Zé da Água” e o mandato foi concluído pelo vice- prefeito. Nas eleições deste ano, Zé Aurélio lançou o seu filho, Fábio Aurélio para disputar a Prefeitura de Girau do Ponciano pela coligação “Girau vive esta mudança”. A coligação é formada pelos partidos PDT,PTC,PSD.
Um fato interessante é que o candidato a prefeito, Fábio Aurélio consta da lista de funcionários fantasmas que foram contratados a época e também contraiu empréstimo consignado no valor de R$ 9 mil reais, junto ao Banco Rural.
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