domingo, 18 de novembro de 2012

Bruno vai a júri com dez lacunas na investigação

Fonte: Folha.com

Um crime de homicídio sem corpo. Essa é uma das principais polêmicas do julgamento do ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes que começa amanhã, em Contagem (MG). Mas não a única.
Embora todas as evidências apontem para o assassinato de Eliza Samudio, como chegou a admitir a defesa do goleiro, a polícia de Minas Gerais não conseguiu localizar vestígios do cadáver, mesmo passados mais de dois anos de seu desaparecimento.
Além dessa certeza cabal, a investigação da polícia e da Promotoria deixou buracos que podem ser explorados pela defesa e influenciar o júri.Protagonista de um dos casos policiais de maior repercussão no país nos últimos anos, o goleiro Bruno começa a ser julgado amanhã com uma nova versão para o desaparecimento da modelo Eliza Samudio.
A trama de personagens marcantes -o atleta pobre elevado a ídolo, a amante grávida em busca de fama, o escudeiro fiel- entra na fase final. Mas pode se estender por até dez dias.O advogado Rui Pimenta diz não considerar mais que a ex-amante de Bruno tenha sido morta em trama arquitetada à revelia do goleiro por Luiz Henrique Romão, o Macarrão, ex-secretário pessoal dele.
Agora a defesa diz que a moça "está viva". O advogado apresentou carta de um ex-padrasto de Bruno, preso por tráfico em Governador Valadares (MG), dizendo que ajudou Eliza a ir para a Europa após passar pela Bolívia.
Pimenta diz que vai requerer a presença desse ex-padrasto no julgamento como testemunha de Bruno.Para o promotor Henry de Castro, a afirmação é "ridícula" e uma "tentativa de estelionato contra a sociedade".
Questionado sobre a mudança de versão, o advogado de Bruno disse: "Quando assumi esse caso, o processo tinha 6.000 páginas e hoje tem mais de 10 mil. Procurei as provas [da morte] e elas não existem". Ele disse ainda ter achado que fosse um "caso de homossexualismo" por causa da tatuagem que Macarrão fez nas costas, em que chama sua amizade com Bruno de "amor verdadeiro".
Para advogados que atuam no caso, porém, a defesa de Bruno foi forçada a recuar porque não conseguiu fazer com que Macarrão assumisse a culpa sozinho. Defensores dos outros réus sempre afirmaram não haver crime.

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